quarta-feira, 16 de junho de 2010

Líder do governo é cercado e xingado por manifestantes que querem votação da PEC 300

BRASÍLIA - O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), foi cercado na tarde desta quarta-feira por um grupo de manifestantes policiais que pressionam os deputados pela votação da PEC 300, a emenda constitucional que fixa, na Constituição Federal, um piso nacional provisório para policiais civis, policiais militares e bombeiros, de R$ 3,5 mil para soldados e R$ 7 mil para oficiais. Exaltados, os manifestantes agrediram verbalmente o líder Vaccarezza, que foi retirado do local por seguranças da Câmara em meio a um empurra-empurra no apertado corredor que leva até a liderança.

Vaccarezza estava se dirigindo para liderança do governo na Câmara e os manifestantes o cercaram, cobrando dele a promessa de votação da PEC no dia 15 de junho. O líder tentou conversar e explicar que a decisão de incluir ou não um projeto na pauta é do presidente da Câmara e que Michel Temer (PMDB-SP) estava viajando. Os manifestantes, então, se exaltaram e começaram a gritar, a colocar o dedo no rosto de Vaccarezza e a xingar o líder.

- Sem palavra!!!! Tu não tem palavra, palhaço!!! Canalha!!!! - gritavam muitos dos manifestantes.

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Sem palavra!!!! Tu não tem palavra, palhaço!!! Canalha!!!!
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Em coro, o grupo de mais de 50 pessoas que estava no local começou a gritar:

- Sem palavra!!!!

Um dos policiais, fardado, segurava o filho e gritou:

- Meu filho está passando fome.


Os seguranças conseguiram cercar Vaccarezza e conduzi-lo até a liderança. Os manifestantes continuaram gritando. O policial com o filho nos ombros estava no meio da confusão e, muito exaltado, tentava entrar na liderança.

- Ele enrola a gente, acha que somos trouxas - reclamou outro manifestante.

Um dos manifestantes mostrou uma gravação em que Vaccarezza afirma que tentaria votar, no dia 15, a PEC 300, dentro do acordo de não manter o valor nominal do piso na Constituição.

Além de fixar o piso, a proposta de emenda constitucional diz que a União bancará as despesas quando os estados não puderem arcar. As negociações feitas por Vaccarezza caminharam no sentido de retirar o valor nominal do piso da CF, com a fixação do valor em lei complementar a ser enviada pelo governo. Mas parte dos representantes da categoria resiste à ideia de retirar o valor nominal do piso da CF. Há semanas, policiais vêm ocupando as galerias do plenário para pressionar pela votação, iniciada em plenário em março deste ano. Restam a votação de destaques e da emenda em segundo turno, antes de seguir ao Senado.

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